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terça-feira, 28 de junho de 2016

1ª lição do 3º trimestre de 2016: O QUE É EVANGELIZAÇÃO


Texto Base: Marcos 16:9-20

 
"Portanto, ide, ensinai iodas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espirito Santo; ensinando-as a guardar todas as coi­sas que eu vos tenho mandado [...]" (Mt 28:19,20).

 

INTRODUÇÃO

Neste trimestre, trataremos do “desafio da evangelização” num mundo em tremenda decadência moral e aversão a tudo o que se prega sobre Deus. A evangelização não espera época específica para ser praticada, ela é ultracircunstancial. Diz o apóstolo Paulo: “Conjuro-te, pois, diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu Reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo...” (2Tm 4:1,2).

A evangelização é a tarefa mais urgente da Igreja de Cristo. Além das criaturas humanas que estão bem longe de nossa pátria, aqui mesmo, bem pertinho de nós, há alguém suspirando pelo evangelho que salva, transforma e reconcilia o ser humano com o Deus Todo-Poderoso. Nenhum outro trabalho é tão primordial e urgente quanto a evangelização. Quando os cristãos têm consciência disso, passam a entender que sua existência gira em torno desta missão dada a cada crente, que é membro do Corpo de Cristo em particular. Assim, tudo quanto fizermos nesta vida, em qualquer setor ou aspecto, deve levar em consideração, em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça (Mt 6:33). Se crermos, de fato, que Cristo morreu e ressuscitou para redimir-nos do inferno, não nos calaremos acerca de tão grande salvação (Hb 2:3). A evangelização compreende, também, o ensino, o batismo e a integração do novo convertido.

I. EVANGELISMO E EVANGELIZAÇÃO

“Evangelismo ou evangelização? Evangelização depende do evangelismo. Se este é a teoria, aquela é a prática”.

1. Evangelismo. É a doutrina cujo objetivo é fundamentar bi­blicamente o trabalho evangelístico da Igreja de Cristo (Mt 28:19,20; At 1:8). Segundo alguns estudiosos, o termo “evangelismo” tem sido usado na maioria das vezes de maneira incorreta e inadequada, até mesmo em meio acadêmico e em conferências missionárias, com o sentido igual ao do verbo “evangelizar” ou do substantivo deste. Contudo, a palavra “evangelismo’, é formada pelos termos gregos “euangelion”, que é “evangelho”, e “ismós”, que denota “sistema”. Desta maneira, quando falamos de “evangelismo”, literalmente não estamos nos referindo propriamente a ação de transmitir a Palavra, porém, a um “sistema baseado em princípios, métodos, estratégias e técnicas da ação de ‘evangelizar’”. Então, o “evangelismo” é um sistema disciplinar que organiza a operação da ação de evangelizar, suprindo-a de recursos. Como disse o pr. Claudionor de Andrade, o evangelismo fornece também as bases metodológicas, a fim de que os evangelizadores cumpram eficazmente a sua tarefa. Exorta Paulo: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2Tm 2:15).

2. Evangelização. Evangelização é o anúncio do Evangelho, é o anúncio de que Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e leva para o céu. Era esta a mensagem que era pregada pelos apóstolos, aqueles que receberam diretamente a “Grande Comissão” (At 2:22-36; 3:13-26; 5:40-42; 6:14; 8:5,35; 9:20; 10:37,38; 11:20; 13:26-41).

O assunto primordial da Igreja é a salvação do homem na pessoa de Jesus Cristo. É para isto que existe a Igreja. Não devemos nos perder em discussões inúteis e que não trazem proveito algum (1Tm 1:4-7; 6:3,5). O Senhor nos mandou pregar o Evangelho e não ficar discutindo filigranas, inúteis temas doutrinários-teológicos ou nos perdendo em interpretações de aspectos absolutamente secundários das Escrituras, quando não de questões relacionadas com a cultura e costumes. “Pregai o Evangelho”, diz o Senhor; esta é a função da Igreja, nada mais, nada menos que isto.

Concordo com o Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco, quando diz que nos dias em que vivemos, até mesmo nos cultos das igrejas locais o Evangelho não tem mais sido pregado! Perdem-se horas em eventos, em ensaios, em apresentações, em efemérides sociais, em discussões relativas a usos e costumes, e se esquece de dizer que Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e leva para o céu. Há, mesmo, milhares de cultos diariamente em que nem sequer é feito o convite ao pecador para aceitar a Cristo! Como estamos distantes do objetivo fixado pelo Senhor: a pregação do Evangelho.

Diz mais o Ev. Dr. Caramuru Afonso: “algumas igrejas procuram se cercar de métodos e de estratégias para aumentar a eficiência e a eficácia da evangelização. Nas últimas décadas, surgiram mais métodos de evangelização e técnicas de crescimento de igrejas do que em toda a história da Igreja. É o “crescimento por células”, “crescimento por grupos pequenos”, “evangelismo explosivo”, “crescimento por propósitos”, enfim, um sem-número de fórmulas e modelos que procuram recuperar o tempo perdido e fazer com que as igrejas retomem a evangelização como prioridade. Muitos destes métodos foram testados e, aqui ou ali, tiveram algum resultado (além de, vez por outra, enriquecer os seus idealizadores…), mas nada, absolutamente coisa alguma pode substituir o modelo bíblico, que é o do comprometimento de toda a igreja local, o amor real de cada crente pelas almas perdidas. Sem este compromisso, que não é gerado por método algum, mas tão somente pelo amor de Deus derramado pelo Espírito Santo em cada coração (Rm 5:5), pode fazer com que cada crente na sua igreja local se esforce para que as almas sejam salvas. Como diz o apóstolo Judas, somente se nos conservarmos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna, teremos piedade de alguns, que estão duvidosos, como também nos empenharemos para salvar alguns arrebatando-os do fogo (Jd.21-23)”.

II. POR QUE TEMOS DE EVANGELIZAR

“A evangelização é um mandamento de Jesus. É também a maior expressão de amor, pois o mundo jaz no maligno e em breve Jesus voltará”.

 

1. É um mandamento de Jesus. Está expresso em Mateus 28:19,20: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”. O verbo “ide”, tanto em Mateus como em Marcos, está no imperativo, ou seja, trata-se de uma ordem, não de uma recomendação ou de um conselho que venha da parte do Senhor.

A ordem do Senhor é que devemos ir por todo o mundo. Ir ao encontro dos pecadores, levar-lhes a mensagem da salvação em Cristo Jesus. O homem não tem condições de salvar-se a si próprio e, mais, o deus deste século lhe cegou o entendimento para que não tenha condições de ver a luz do evangelho da glória de Cristo (2Co 4:4). Portanto, a ordem do Senhor é para que se pregue a toda criatura, mesmo aquela que, pela sua conduta, pela sua forma de proceder, é alvo de todo ódio, de toda repugnância, de todo o desprezo da sociedade e do mundo. Deve-se pregar a toda a criatura, mesmo que seja a pior pessoa que exista sobre a face da Terra. Não cabe à Igreja julgar as pessoas e dizer a quem deve, ou não, ser pregada a Palavra.

É interessante observarmos que, nos dias do profeta Jonas, o Senhor mandou que fosse feita a pregação a todos os ninivitas, sem exceção alguma, ainda que eles fossem os homens mais cruéis que existiam no mundo naquele tempo. Jonas teve de pregar para todos, sem exceção, ainda que muitos, pela sua extrema crueldade e maldade, fossem, na verdade, verdadeiras “bestas-feras”, verdadeiros “animais” (Jonas 3:8), que, mesmo sendo o que eram, foram alcançados pela misericórdia divina. Observe o exemplo de Jesus - Ele ia ao encontro dos publicanos e das meretrizes, considerados a escória da sociedade de seu tempo. E nós, o que estamos a fazer? Jesus valorizava a todos indistintamente, até mesmo aquele considerado a pior escória da sociedade, como era o endemoninhado gadareno (cf. Mc 5:1-20). Jesus, depois de um dia fatigante, atravessou o mar da galileia, enfrentou uma tempestade impiedosa para salvar um homem que todos tinham rejeitado e descartado, até mesmo pelos de sua família. Qual o valor de uma vida? Para Jesus tem um valor imenso. E nós, como avaliamos as pessoas?

2. É a maior expressão de amor da Igreja. A Igreja é chamada de “coluna e firmeza da verdade” (1Tm 2:15), porque deve sustentar e ser a legítima anunciadora da Palavra de Deus sobre a face da Terra. Num mundo onde a iniquidade aumenta a cada dia (Mt 24:12), num mundo onde a corrupção geral do gênero humano é cada vez maior (Rm 1:18-32), cabe à Igreja a difícil tarefa de anunciar a Verdade, de mostrar ao mundo a Palavra de Deus, resplandecendo como astro no meio de uma geração corrompida e perversa (Fp.2:15).

A igreja existe para evangelizar, assim como o hospital existe para cuidar de doente e a escola, para que professores ensinem os alunos. Sem a evangelização as igrejas não passarão de clubes sociais, e, diremos, de qualidade muito inferior a muitos outros que, pelo menos, têm alguma relevância social, o que, via de regra, não ocorre com as igrejas locais que se esqueceram da evangelização.

No princípio, a igreja desempenhava a grande comissão com muita dedicação e amor. Havia um espírito de união, unidade, comunhão, movido pelo amor divino. Diz o texto sagado: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (At 2:42). Estes princípios eram tão intensos na vida daqueles irmãos que “... todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar” (At 2:47). Urge voltamos a estes princípios que caracterizavam a igreja primitiva.

A ressurreição de Cristo - esta foi a primeira grande mensagem da Igreja. Todos em Jerusalém estavam cientes do que acontecera a Jesus de Nazaré: a sua crucificação, a sua morte e o seu sepultamento. O que eles desconheciam é que Ele se tinha levantado dentre os mortos e estava vivo. Era uma mensagem difícil de ser entregue. Como convencer alguém de que um morto estava vivo? Como persuadir à fé os judeus religiosos, os gregos racionalistas e os poderosos romanos? Quando Paulo, em pleno Areópago de Atenas, mencionou a ressurreição de Jesus, a reação dos atenienses foi esta: “E, como ouviram falar da ressurreição dos mortos, uns escarneciam, e outros diziam: Acerca disso te ouviremos outra vez” (Atos 17:32). No entanto, Paulo não se deixou abater e afirmou com convicção: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé…” (1Co 15:17). E a verdade é que muitos, perante os sinais que evidenciavam que Cristo estava vivo no meio da Igreja, criam e a multidão dos crentes multiplicava-se, a ponto de conquistar todo o império no espaço de uma geração (Cl 1:6).

3. O mundo jaz no maligno. O mundo arma um cenário encantador para nos atrair. Contudo, o mundo jaz no maligno, como diz o apóstolo João (1João 5:19).

Nós vivemos em uma época caracterizada por imundície moral. O perigo da contaminação pelo mundo por meio de suas diversões, revistas, livros, internet, comunicação social e a vida do dia-a-dia, é algo que nós conhecemos muito bem. Quando o cristão e a igreja local apresentam-se como “luz do mundo” e “sal da terra”, tendo uma vida diferente dos demais homens e mulheres que os cercam, vivendo aquilo que pregam, “fazendo a diferença”, como se costuma dizer hoje em dia, estamos a proclamar a Palavra de Deus, a cumprir o encargo profético que nos foi dado pelo Senhor Jesus.

Como portadora da Verdade, a igreja deve se posicionar sempre que uma decisão, uma ideia, uma afirmação vier a contrariar as Escrituras. É dever indeclinável da Igreja alertar os descaminhos e os rumos contrários à Palavra de Deus que têm sido cada vez mais intensamente adotados pelo mundo. Esta atitude profética da Igreja encontra-se muito demonstrada nos profetas do Antigo Testamento que, não poucas vezes, tiveram de se indispor com a sociedade de seus dias, mui especialmente com os governantes e os integrantes das classes sociais integrantes da elite. Quando vemos as mensagens contundentes de Elias, Eliseu, Amós, Isaías, Jeremias, Ezequiel e de João Batista, entre outros, percebemos que o exercício do encargo profético é espinhoso, antipático e ensejador de perseguições, mas que não há outro caminho a seguir senão falar a verdade, custe o que custar. Aliás, estes profetas falaram sem ter noção exata do preço da salvação, ao contrário da Igreja, que sabe que custou o precioso sangue de Jesus (1Pd 1:18,19), o que tornará o custo da nossa denúncia sempre muito inferior ao preço do nosso resgate, como também em comparação com a glória que está reservada para os fiéis (Rm 8:18).

4. Porque Jesus em breve virá. A igreja deve realizar com presteza e urgência a pregação do evangelho da Salvação porque haverá um tempo, quando a noite chegar, que não será mais possível trabalhar. Foi o próprio Jesus quem advertiu: "Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar" (João 9:4). O termo “noite” neste versículo refere-se à morte. Passamos uma só vez por este mundo; se não fizermos aqui o que devemos e podemos fazer para Deus e para o próximo, não teremos outra oportunidade. A evangelização é o trabalho mais sublime que a igreja deve fazer em prol das pessoas que ainda não aceitaram Cristo como seu único e suficiente Senhor e Salvador. Além disso, Jesus em breve virá, no momento certo, que não sabemos nem temos condição de saber qual é (Mt 24:36), e se a igreja não for mais ousada em sua principal obrigação aqui na Terra, que é a pregação do Evangelho, então a maioria das pessoas do planeta irão para o inferno onde padecerão eternamente. Não podemos comparecer de mãos vazias perante o Senhor da Seara.

III. COMO EVANGELIZAR

“A missão de pregar a todos, em todos os lugares e em todo tempo in­clui a evangelização pessoal, coletiva, nacional e transcultural”.

1. Evangelização pessoal. Evangelização Pessoal é a obra de falar de Cristo aos perdidos individual­mente, é levá-los a Cristo, o Salvador (João 1:41,42; At 8:30). Jesus foi um exímio praticante deste modelo de evangelização. Certa feita, na calada da noite, recebeu Nicodemos, a quem falou do milagre do novo nascimento (João 3:1-16) e, no ardor do dia, mostrou à mulher samaritana a eficácia da água da vida (João 4:1-24).

Concordo com o pr. Antônio Gilberto quando diz que a importância da Evangelização Pes­soal vê-se no fato de que a evangelização dos pecadores foi o último assunto de Jesus aos discípulos antes de ascender ao céu. Nessa ocasião, Ele ordenou à Igreja o encargo da evangelização do mundo (Mc 16:15). O Evangelismo Pessoal vai além do pecador per­dido: ele alcança também o desviado e o crente necessitado de conforto, direção, ânimo e auxílio. Ele reaviva a fé e a esperança nas promessas das Santas Escrituras (GILBERTO, Antônio - Pratica do Evangelismo Pessoal. 1ed. Rio de Janeiro. CPAD, 1983, p. 10).

O destino de muitas pessoas será o inferno. O Novo Testamento revela o local dessas chamas eternas: o Lago de Fogo (Ap 19:20; Ap 20:10,14,15). Então, o que fazer quando você quiser dizer a alguém que ama como evitar o castigo eterno? Você evangeliza, anuncia a Boa-Nova, ou seja, dá a boa notícia, você apresenta o Evangelho.

Como deve ser feito a Evangelização Pessoal?

a)  Com profundo amor;

b)  Com paciência e persistência;

c)  Ouvindo a pessoa evangelizada;

d)  Usando linguagem que as pessoas compreendam;

e)  Fazendo perguntas sábias sobre a salvação;

f)   Não fugindo do assunto da salvação.

g)  Evitando assuntos polêmicos e discussões;

h)  Evitando ficar irritado;

i)   Mostrando o plano da salvação de modo simples;

j)   Procurando responder todas as perguntas com apoio bíblico.

2. Evangelização coletiva ou em massa. Este método implica em alcançar muitas pessoas ao mesmo tempo. Cristo e os Apóstolos sempre gostaram desse método – Ex.: Jesus e o sermão do monte; Paulo no Areópago, ensinando que filosofia não traz paz à alma e que só devemos adorar a um Deus. Exemplos mais usuais atualmente: Cruzadas, Culto nos templos, Cultos nas praças, dentre outros.

3. Evangelização urbana.  A vida urbana é uma realidade que desafia e exige da igreja uma pronta e veemente atitude para alcançá-la. Tem havido um enorme êxodo rural de pessoas em busca de melhores oportunidades, e isto tem inchado as grandes cidades de favelas e de marginalização, causando um desarranjo social incontrolável. A desorganização da vida urbana tem causado muitos problemas sociais, e a igreja deve estar preparada para responder a esses dilemas. Estratégias adequadas devem ser desenvolvidas para alcançar as pessoas. Os problemas típicos da vida urbana, tais quais a diversidade cultural, a marginalização social, o materialismo, a invasão das seitas e as tendências sociais, desafiam a igreja no sentido de, sem afetar a essência da mensagem do evangelho, demonstrar o poder da Palavra de Deus que transforma e dá esperança a todos (Rm 1:16).

“O Evangelho deve ser pregado aos pobres, aos ricos, aos setores médios, a nossas autoridades – a todos os setores de nossa sociedade urbana. Devemos evitar a tentação de limitar o Evangelho a nossos gostos, juízos e versículos favoritos. Façamos o esforço de anunciar a mensagem, fazendo discípulos e ensinando tudo o que Jesus nos ensinou. Não caiamos na tentação de pregar uma mensagem parcializada e barata, à moda das liquidações e ofertas do mercado, sem anunciar a renúncia e o sacrifício que implica o ser cristão. Não façamos do Evangelho uma mercadoria barata, que Jesus expulsará com açoites dos templos prostituídos de nossas vidas. Não esqueçamos de ensinar todo o conselho de Deus a todo o povo de Deus, para que este seja uma fiel testemunha do Evangelho ali onde o Senhor o tem enviado”(Tito Paredes - A DIMENSÃO TRANSCULTURAL DO EVANGELHO).

4. Evangelização transcultural. O Evangelho da graça foi dado a todo o mundo e não é monopólio de um só povo ou cultura. Se cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus devemos crer necessariamente que missões transculturais é o programa de Deus, visto que de Gênesis ao Apocalipse ela nos revela o amor de Deus pelas nações da Terra (Gn 12:3b; Is 49:6; Ap 5:9) .

A evangelização transcultural começa na vida urbana com as diferentes culturas vividas pelos seus habitantes. Porém, ela avança quando requer dos missionários uma capacitação especial para alcançar as pessoas. É preciso que o missionário tenha uma visão nítida de que a mensagem do evangelho é global, pois o cristianismo deve alcançar cada tribo, e língua, e povo, e nação até as extremidades da terra – “... também te porei para luz das nações, para seres a minha salvação até a extremidade da terra”(Is 49:6); “porque assim nos ordenou o Senhor: Eu te pus para luz dos gentios, a fim de que sejas para salvação até os confins da terra”(At 13.47).

CONCLUSÃO

A melhor e mais impressionante forma de pregarmos o Evangelho é vivermos de acordo com o Evangelho, é termos uma vida sincera e irrepreensível diante de Deus e dos homens. É necessário que cada um de nós, com nossas vidas, pregue o Evangelho, que cada um de nós seja “… uma carta de Cristo e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração, conhecida e lida de todos os homens” (cf. 2Co 3:2,3). Assim, ao contrário do que muitos pensam, ou seja, de que evangelizar é entregar folhetos, bater de porta em porta, levar alguém até uma igreja ou subir em um púlpito ou pregar ao ar livre, evangelizar é tudo isto e muito mais: é viver de acordo com a Palavra de Deus, é desfrutar de uma comunhão sincera e perfeita com o Senhor, a ponto de sermos vasos de honra em todos os lugares em que estivermos ou vivermos (2Tm 2:20,21).

Fonte: ebdweb - Luciano de Paula Lourenço

segunda-feira, 27 de junho de 2016

LIÇÕES BÍBLICAS DO 3º TRIMESTRE DE 2016

LIÇÕES BÍBLICAS DO 3º TRIMESTRE DE 2016


 
No 3º Trimestre letivo de 2016 estudaremos, através das Lições Bíblicas da CPAD, sobre o tema: “O Desafio da Evangelização - obedecendo ao ide do Senhor Jesus de levar as Boas-Novas a toda criatura”. Serão 13 temas relacionados com a Evangelização. As lições serão comentadas pelo Pr. Claudionor de Andrade e estão distribuídas sob os seguintes temas:

Lição 1 - O que É Evangelização.
Lição 2 - Deus, o Primeiro Evangelista.
Lição 3 - Igreja, Agência Evangelizadora.
Lição 4 - O Trabalho e Atributos do Ganhador de Almas.
Lição 5 - A Evangelização Urbana e suas Estratégias.
Lição 6 - A Evangelização dos Grupos Desafiadores.
Lição 7 - O Evangelho no Mundo Acadêmico e Político.
Lição 8 - A Evangelização dos Grupos Religiosos.
Lição 9 - A Evangelização das Crianças.
Lição 10 - O Poder da Evangelização na Família.
Lição 11 - A Evangelização das Pessoas com Deficiência.
Lição 12 - A Evangelização Real na Era Digital.
Lição 13 - A Evangelização Integral nesta Última Hora.
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O Progresso de uma igreja local não pode ser medido ou avaliado primeiramente por suas atividades filantrópicas, educacionais e materiais. O Progresso real de uma igreja é avaliado por seu alcance evangelístico, juntamente com seus frutos espirituais, como resultado da semeadura da Palavra de Deus.

Depois de ter consumado a obra da redenção do homem no Calvário (João 19:30), sacrifício aceito pelo Pai como nos prova a ressurreição (At.3:25,26; 13:29,20), Jesus, após ter passado quarenta dias dando prova da sua ressurreição aos discípulos e falado a respeito do reino de Deus (At.1:3), explicitamente determinou qual seria a tarefa principal da Igreja. Mandou que o evangelho fosse pregado por todo o mundo a toda a criatura (Mc.16:15), uma ordem que estabeleceu um verdadeiro dever a todo cristão, a ponto de o apóstolo Paulo ter exclamado:

Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho!” (2Co 9:16).

Quando os cristãos têm consciência que a tarefa primordial da Igreja é a evangelização, passam a entender que sua existência gira em torno desta missão dada a cada crente, que é membro do Corpo de Cristo em particular (1Co.12:27). Assim, tudo quanto fizermos nesta vida, em qualquer setor ou aspecto, deve levar em consideração, em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça (Mt.6:33).

Todas as nossas ações, todo o nosso cotidiano deve ser criado e executado diante da perspectiva de que somos testemunhas de Cristo Jesus (At.1:8) e que devemos, portanto, testificar do Senhor, mostrar ao mundo, através de nossas boas obras, que Deus é nosso Pai, que somos filhos de Deus e, por meio deste comportamento, levar os homens a glorificar o nosso Pai que está nos céus (Mt.5:16).

Só entenderemos a importância da missão evangelizadora da igreja compreendendo o significado de evangelho. A palavra “evangelho”, euaggelion em grego, significa simplesmente “boa notícia”. Existem vários tipos de boas notícias, e o Novo Testamento usa a palavra em uma variedade de maneiras. Se tomar a forma substantiva, euaggelia, e adicionar a forma verbal “izo” ao final, você tem o verbo grego “evangelizar”, que significa, literalmente, “compartilhar uma boa notícia”. Este é o mesmo verbo usado quando os anjos vieram aos pastores nos campos e anunciaram o nascimento de Cristo. O anjo basicamente disse: “Não temais; [eis aqui vos evangelizo] eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo” (Lc 2:10).

Quando você compartilha com as pessoas sobre como elas podem alcançar a vida eterna e evitar o Lago de Fogo, você está compartilhando o Evangelho – a Boa Notícia.

Quatro livros da Bíblia são chamados Evangelhos - Mateus, Marcos, Lucas e João. Eles apresentam a boa notícia do ministério terreno do Filho de Deus, que veio do Céu para revelar Deus Pai à humanidade e, em seguida, ter uma morte sacrificial pelos nossos pecados.

As Escrituras Hebraicas – 39 livros escritos em um período de 1.000 anos – chamam Deus de “Pai” apenas uma dúzia de vezes. Mas, nos Evangelhos, Jesus fala muitas vezes de Seu “Pai”, e nos diz para orarmos: “Pai nosso, que estás nos céus” (Mt 6:9; Lc 11:2). Ser capaz de chamar a Deus de “Pai” é uma boa notícia.

De fato, a verdade de Jesus é uma grande notícia de qualquer maneira que você olhe para ela. O Evangelho de Jesus Cristo oferece infinito amor ao povo de Deus, oferece perdão dos pecados, oferece ajuda em tempos de necessidade, oferece acesso direto ao trono da graça, oferece libertação do Lago de Fogo e vida eterna na presença de Deus.

Não é de admirar que o apóstolo Paulo tenha escrito:

“Não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego [gentio]” (Rm 1.16, ACF).

O conteúdo do Evangelho que nós compartilhamos com as pessoas geralmente segue a mensagem de Paulo em 1Coríntios 15:1-8:

Fonte: ebdweb - Luciano de Paula Lourenço

segunda-feira, 20 de junho de 2016

13ª lição do 2º trimestre de 2016: O CULTIVO DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS


Texto Base: Romanos 16:1-16

 

“Ao único Deus, sábio, seja dada glória por Jesus Cristo para todo o sempre. Amém!” (Rm 16:27).

 

INTRODUÇÃO

Esta é a última Aula deste trimestre letivo. Estudaremos o último capítulo da Epístola aos Romanos, o qual nos mostra a suma importância dos relacionamentos entre os irmãos da igreja local. À primeira vista, o capítulo 16 de Romanos parece apenas uma lista enfadonha de nomes de pouco ou nenhum significado para nós hoje, por isso somos inclinados a subestimar o valor de seus ensinos, entretanto, um estudo mais atento deste capítulo negligenciado por muitos cristãos, revela grandes verdades e preciosos ensinamentos acerca dos relacionamentos pessoais na igreja. Paulo traz à lembrança nomes de pessoas que, de uma forma ou de outra, o ajudaram a construir a identidade cristã do primeiro século. Ele elenca 26 nomes, acrescentando na maioria dos casos uma apreciação pessoal e uma palavra de elogio. Expressões como "queridos no Senhor", "a igreja que está em sua casa", "dileto amigo", "meu amado", mostram o carinho e o relacionamento de ternura que Paulo cultivava com as pessoas, mesmo de longe. O apóstolo era um mestre de relacionamentos humanos; era um pastor experiente e sabia o valor de tratar as pessoas pelo nome e de fazer-lhes elogios encorajadores. “Deus deseja que os crentes, alcançados pela graça, cultivem relacionamentos saudáveis”. Imagine a necessidade que temos de cultivar o relacionamento de carinho e ternura com as pessoas que estão pertos: a nossa família, a igreja onde congregamos e pessoas próximas de nós!

I. A IMPORTÂNCIA DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

A vida na igreja local é uma grande oportunidade para termos um relacionamento de respeito e de muita alegria com aqueles que chamamos de irmãos em Cristo. São pessoas de diversas características: criança, adolescente, jovem, adulto, terceira idade, pessoas portadoras de alguma deficiência. Este é o nosso orbe de relacionamento interpessoal. Neste aspecto, o último capítulo de Romanos é um estímulo a doar-nos ao próximo em nome de Jesus.

1. Valorizando pessoas, não coisas. Paulo escreve: “Recomendo-vos, pois, Febe, nossa irmã, a qual serve na igreja que está em Cencréia, para que a recebais no Senhor, como convém aos santos, e a ajudeis em qualquer coisa que de vós necessitar; porque tem hospedado a muitos, como também a mim mesmo” (Rm 16:1,2).

Febe é apresentada como alguém que está servindo à igreja em Cencréia. Ela estava viajando de Cencréia a Roma e possivelmente foi a portadora da Epístola aos Romanos. Sempre que viajavam de uma igreja para outra, os cristãos da igreja do primeiro século levavam consigo cartas de recomendação. Essas cartas demonstravam cortesia para com a igreja visitada e eram úteis para o visitante. Assim, o apóstolo apresenta Febe e pede que ela seja recebida como verdadeira cristã, conforme convém aos irmãos em Cristo. Pede, ainda, que ela receba toda assistência que vier a necessitar. Como recomendação em favor dessa irmã, Paulo informa que ela se dedicou ao ministério de ajudar outros, incluindo ele próprio. É bem possível que seu lar em Cencréia estivesse sempre de portas abertas para obreiros e outros cristãos.

Observação: “... a cooperadora Febe, a pesar de servir a Deus na igreja de Cencréia (Rm 16:1) – aqui, o verbo ‘servir’ (gr.diakoneõ, cognato de diáconos) é o mesmo para designar o serviço dos diáconos -, não há comprovação de que ela tenha sido uma diaconisa, como muitos afirmam. Pelo contrário, o Novo Testamento assevera que o diaconato estava a cargo dos homens (Atos 6:1-5; 1Tm 3:12,13). O aludido verbo é polissêmico e pode denotar os atos de ministrar, de auxiliar ou de prestar qualquer tipo de serviço” (Zibordi, Ciro Sanches. Procura-se pregadores como Paulo. CPAD. p.188).

Não se deve ignorar os importantíssimos e valiosos serviços que mulheres devotas e caridosas, como Febe, são capazes de prestar à igreja de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. No Ministério de Jesus, as mulheres foram essenciais. Elas sempre estiveram ao lado do Senhor Jesus. Desde o seu nascimento, elas o acompanhavam.

Na sua apresentação no templo. Quando Jesus foi apresentado no templo, a Bíblia relata que ali estava a profetisa Ana, segundo registro de Lucas 2:36-38.

Elas o serviam: “Então Maria, tomando uma libra de unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pós de Jesus e enxugou-lhe com os cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do unguento” (João 12:3).

Elas contribuíam financeiramente: “… e também o seguiam algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios; Joana, mulher de Cusa, procurador de Herodes, e Suzana, e muitas outras que o serviam com suas fazendas” (Lc 8:2-3).

Elas estavam presentes na sua morte. Mateus 27:55,56 relata: “Estavam ali, olhando de longe, muitas mulheres que o tinham seguido desde a Galiléia, para o servir. Entre elas estavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José e mãe dos filhos de Zebedeu”.

Após a Sua ressurreição, foi a uma mulher que Jesus apareceu pela primeira vez: “Disse-lhe Jesus: Maria. Ela, voltando-se, disse-lhe: Mestre... Maria foi e anunciou aos discípulos que vira o Senhor” (João 20:15-18).

Portanto, a presença feminina no ministério de Jesus é indubitável. Não há como negar: Jesus valorizou a mulher como homem algum jamais o fez. Ela deixou de ser objeto para ser sujeito.

2. O valor das mulheres. A diversidade da igreja pode ser notada pelo gênero masculino e feminino, classe social e raça. Na igreja de Roma havia homens e mulheres servindo a Deus. Dentre as 26 pessoas saudadas na carta de Paulo, nove são mulheres. A proeminência dos nomes de mulheres enfatiza sua ampla espera de atuação (Rm 16:1,3,6,12, etc). Dentre estas mulheres estava Priscila, esposa de Áquila. Paulo fala deste casal, como tendo exposto suas vidas na causa do Evangelho (Rm 16:3). Outras referências a este casal são encontradas em Atos 18:2,18,26; 1Coríntios 16:19 e 2Timóteo 4:19. Na maioria dessas passagens, Paulo sempre cita Priscila em primeiro lugar. Muitos comentaristas concordam que isso tinha uma razão de ser: Priscila se destacava na obra do Senhor, sendo auxiliada por Áquila, seu esposo. Paulo também menciona uma mulher de nome Maria (Rm 16:6). Pouco se diz dessa Maria, mas o que se sabe é que ela “trabalhou muito” na obra de Deus.

O fato incontestável é que, na igreja primitiva, a atuação das mulheres era notória e amplamente valorizada. Elas eram dedicadas à obra de Deus e exerciam seus ministérios com o apoio das lideranças da época. Além de Paulo, Lucas nos mostra que as mulheres tiveram uma participação expressiva na implantação do Reino de Deus. A relação é extensa e inclui, entre outras, Lóide e Eunice (2Tm 1:5), Maria, mãe de João Marcos (At 12:12); Priscila, que juntamente com o esposo, Áquila, passou a doutrina para várias outras pessoas, inclusive para um intelectual e culto homem de Alexandria chamado Apolo (At 18:26); Lídia (Atos 16), a primeira pessoa convertida na Europa. A sua casa foi o primeiro local de reuniões das igrejas na Europa. Todas essas mulheres atuavam nas áreas de ensino, na evangelização, intercessão e contribuição financeira, com amor e dedicação. São exemplos que ficam para sempre e nos quais podemos nos espelhar para servir a Deus.

3. Irmandade e companheirismo. Em romanos 16:7, Paulo cita o nome de pessoas que foram companheiros na jornada. Diz ele: “Saudai a Andrônico e a Júnia, meus parentes e meus companheiros na prisão, os quais se distinguiram entre os apóstolos e que foram antes de mim em Cristo”. Estes dois companheiros de Paulo podem ter sido uma equipe formada por marido e mulher. Júnia (ou Júlia, que é a leitura em certos manuscritos antigos) era um nome feminino largamente usado na época. As referências de Paulo a eles como parentes poderia significar que eles também eram judeus, possivelmente da mesma tribo. Não se sabe quando estiveram na prisão com ele, porque Paulo foi preso diversas vezes (cf. 2Co 11:23), sabe-se apenas que eles compartilharam do sofrimento de Paulo. Paulo elogiou esses cooperadores com sinceridade, e isto tem grande valor nos relacionamentos humanos. Paulo sabia disso e não hesitava em usar esse importante recurso. Hoje, a falta de companheirismo e de vida comunitária, nas igrejas locais, é tanta que nem mesmo os membros se conhecem uns aos outros, máxime nos megatemplos.

II. AS AMEAÇAS ÀS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

No princípio da Igreja, bem como nestes últimos dias da Igreja, os falsos mestres têm intensificado as suas artimanhas no afã de enganar os incautos. E Jesus já tinha alertado os seus discípulos acerca dos falsos obreiros que viriam (Mt 24:11; Mc 13:22,23). Esses falsos obreiros, distorciam, e ainda distorcem, os ensinamentos de Cristo e as palavras de seus apóstolos. Eles estavam destruindo aos poucos o significado da vida, morte e ressurreição de Jesus. Alguns afirmavam que Jesus não poderia ser Deus; outros afirmavam que Ele não poderia ter sido um homem real. Estes falsos mestres permitiam e até mesmo encorajavam todos os tipos de atos errados e imorais, especialmente os pecados sexuais. Este era um problema em toda a igreja primitiva, e Paulo frequentemente advertia as igrejas sobre este assunto.

1. Individualismo. Antes de concluir a Epístola, o apóstolo Paulo faz uma última exortação à igreja em Roma. De forma áspera, Paulo adverte aos destinatários da Epístola acerca dos cuidados que eles deveriam ter dos falsos e dissimuladores mestres que poderiam trazer grandes prejuízos espirituais a igreja e quebrar a koinonia cristã. Paulo ainda não tinha ido a Roma, mas ele certamente percebeu que os falsos mestres, que estavam por toda parte, passariam por ali. Ele rogou aos crentes que notassem os que promoviam dissensões e escândalos contra a doutrina da verdade. Assim exorta o apóstolo: “E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles. Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e, com suaves palavras e lisonjas, enganam o coração dos símplices” (Rm 16:17,18).

Paulo via o individualismo daqueles que promoviam dissensões e facções como um perigo às relações interpessoais dos cristãos. Por isso, os cristãos de Roma deveriam se desviar desses falsos mestres. Eles não serviam a Cristo, mas a si próprios. Em vez de serem servos de Cristo, são escravos de seus próprios apetites e interesses egoístas. O deus deles é o ventre. Eles fazem da igreja uma plataforma para se locupletarem. Buscam o lucro, e não a salvação dos perdidos. Erguem monumentos a si mesmos em vez de buscar a glória de Cristo. A língua deles é cheia de lisonjas. Suas palavras são doces e suaves, mas carregadas de veneno. Eles são amáveis em seus gestos e sempre agradáveis em suas atitudes, mas seu propósito é enganar o coração dos incautos.

Esses falsos mestres estavam mais interessados em servir os seus interesses próprios, motivados por um desejo de ganhar poder e prestígio. Em contraste, os mestres cristãos autênticos são motivados pela fé sincera, e por um desejo de fazer o que é certo. Tanto Paulo quanto Pedro condenavam os mestres gananciosos e mentirosos (cf. 1Tm 6:5).

Esta situação enfatizada por Paulo é uma realidade nos dias hodiernos, nestes últimos dias da Igreja do Senhor Jesus aqui na Terra. Muitos líderes de seitas têm desviado cristãos, ensinando coisas que parecem verdade, mas que na realidade são falsificadas. Os cristãos genuínos devem resistir energicamente estes falsos líderes e seus ensinos apócrifos. Aqueles que estudam a Palavra de Deus não são enganados, a exemplo dos cristãos da cidade de Beréia (cf. Atos 17:10-12).

2. Sensualismo e antinomismo. “E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles” (Rm 16:17). O apóstolo diz, aqui, que essas pessoas que se diziam “irmãos”, infiltrando-se na igreja, eram facciosas e promoviam escândalos em desacordo com a doutrina.

Quem eram esses falsos mestres? A maioria dos comentaristas concordam que Paulo tinha em mente o movimento herético do primeiro século conhecido como gnosticismo. Era um movimento sectário, que tinha como prática o sensualismo e o antinomismo. Estes falsos mestres viam a matéria como algo ruim, não tinham apreço pelo corpo, já que este era material. Isso os conduzia a uma vida sensual. Segundo o Rev. Hernandes Dias Lopes, em parte alguma o apóstolo diz ou insinua que esses perturbadores fossem membros da igreja romana. Provavelmente eram intrusos, propagandistas itinerantes do erro. Alguns poderiam ser judaizantes legalistas; outros, antinomianos libertinos ou talvez ascetas; ou ainda defensores de uma combinação de dois ou mais ismos destrutivos. Eram pessoas que destroçavam a harmonia e o assentimento da fé verdadeira.

Observe o final do versículo 18: “[..] palavras suaves e lisonjas”. Estas palavras mostram uma ligeira e sutil tendência de alteração na doutrina genuína. Estas “palavras suaves e lisonjas” significa não se prender às regras absolutas da doutrina Bíblica para obedecer. São palavras atrativas, porém, destrutivas. Paulo advertiu os crentes romanos que quando eles ouvissem qualquer ensinador, deveriam verificar o conteúdo do que estava sendo dito para não serem enganados por palavras “suaves” ou “lisonjas”. Segundo afirma o Rev. Hernandes Dias Lopes, a palavra grega crestologia, traduzida por “palavras suaves”, ajuda-nos a entender o caráter desses falsos mestres. Os próprios gregos definiam crestólogo como a pessoa que fala bem e atua mal. É aquela classe de pessoas que, por trás da fachada de palavras piedosas e religiosas, exercem má influência; a pessoa que desencaminha os outros não por um ataque direto, mas sutilmente; a pessoa que finge servir a Cristo, mas na realidade está destruindo a fé.

Pelo versículo 18, percebe-se que os falsos mestres estavam tentando ganhar mais dinheiro distorcendo a verdade e dizendo o que as pessoas queriam ouvir – “...tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e, com palavras suaves e lisonjas, enganam o coração dos símplices”. Segundo o Rev. Hernandes Dias Lopes, Paulo diz que os crentes de Roma precisavam fazer duas coisas: (a) notar bem esses falsos mestres, que são lobos querendo entrar no meio do rebanho (At 20:29,30); (b) afastar-se deles. Nós também devemos aproximar-nos dos irmãos e afastar-nos dos falsos mestres. Devemos fazer uma caminhada na direção da comunhão fraternal e uma caminhada de distanciamento daqueles que provocam divisões e escândalos na igreja.

III. A FONTE DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

Em linhas gerais, o Deus triúno, a Sua graça e a Sua Palavra são as fontes das relações interpessoais.

1. O Evangelho da graça e o seu Conteúdo. Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério guardado em silêncio nos tempos eternos” (Rm 16:25).

O Evangelho que Paulo pregava tinha como conteúdo a Pessoa e a obra de Jesus Cristo. E Paulo queria que os cristãos em Roma se conscientizassem disso. Ele sabia que o Evangelho e o próprio Senhor Jesus Cristo é que fortalecem os crentes na fé. O plano havia estado oculto desde os tempos eternos. Os profetas que escreveram vários livros do Antigo Testamento não estavam totalmente cientes do significado de suas próprias palavras; mas eles escreveram muito, por ordem de Deus, acerca do cumprimento do mistério: a vinda do Messias, o Evangelho e a salvação dos gentios e judeus (cf. Rm 11:25,26). Deus, em sua soberania, permitiu que sua sabedoria fosse revelada no Evangelho da graça. O resultado foi a salvação para todo aquele que crer. Agora, após a vinda de Cristo e o crescimento da igreja, o que os profetas do Antigo Testamento escreveram está sendo entendido (Rm 1:2). E Paulo queria que os cristãos em Roma entendessem bem isso.

2. As Escrituras Sagradas como revelação de Deus. Assim se expressa o apóstolo Paulo:”[...] por meio das Escrituras proféticas, segundo o mandamento do Deus eterno, para a obediência por fé, entre todas as nações!” (Rm 16:26). As Escrituras revelam a Jesus Cristo, o conteúdo do evangelho de Paulo, enquanto a pregação de Jesus Cristo, por intermédio das Escrituras, é o meio de tornar esse mistério conhecido aos homens em todo o mundo. O mistério que estivera oculto agora foi revelado por meio da vida, morte, ressurreição e exaltação de Jesus. As Escrituras proféticas não são uma invenção humana, mas o mandamento do Deus eterno; seu propósito é estimular a obediência por fé entre todas as nações. A evangelização precisa desembocar em transformação de vida. À conversão segue o discipulado; com o fim de levar o convertido ao conhecimento da genuína doutrina, à maturidade e a convicção plena da fé em Cristo.

CONCLUSÃO

Paulo finaliza a Epístola aos Romanos exaltando o Deus único e sábio, criador, sustentador, redentor e galardoador: “ao Deus único e sábio seja dada glória, por meio de Jesus Cristo, pelos séculos dos séculos. Amém!” (Rm 16:27). Deus é merecedor de toda a glória, pelos séculos dos séculos, pois o glorioso evangelho apresentado na Epístola aos Romanos foi concebido por sua sabedoria e por seu poder desde toda a eternidade.

O mesmo Paulo que já irrompera impetuosamente em adoração e louvor - "Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria, como do conhecimento de Deus!'' (Rm 11:33) - volta a exaltar a Deus por sua sabedoria na conclusão desta Epístola. Na verdade, o povo redimido de Deus passará a eternidade atribuindo a Ele "louvor, e a glória, e a sabedoria e as ações de graças, e a honra, e o poder e a força" (Ap 7:12). Eles O adorarão por toda a eternidade por seu poder e glória manifestos na salvação. Esperamos desejosos por esse ditoso Dia.

Foi um prazer estar com vocês neste trimestre letivo. Espero que Deus me conceda ânimo, saúde física e mental, e inspiração para enfrentar um novo desafio que está por vir.

Fonte: ebdweb - Luciano de Paula Lourenço